Arterioesclerose A arteriosclerose, termo genérico para o espessamento e endurecimento da parede arterial, é a principal causa de morte no mundo ocidental. Um tipo de arteriosclerose é a aterosclerose, doença que atinge artérias de grande e médio calibre, como as artérias coronárias, as artérias carótidas e as artérias dos membros inferiores. É caracterizada pelo depósito de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias, reduzindo seu calibre e trazendo um déficit sangüíneo aos tecidos irrigados por elas. Manifesta-se clinicamente em 10% da população acima de 50 anos, sendo isso apenas a ponta do iceberg, pois seu desenvolvimento é lento e progressivo, e é necessário haver uma obstrução arterial significativa, de cerca de 75% do calibre de uma artéria, para que surjam os primeiros sintomas isquêmicos (sintomas derivados da falta de sangue). A superfície interna irregular da artéria com arteriosclerose predispõe à coagulação sangüínea neste local, com oclusão (entupimento) arterial aguda - trombose - levando subitamente à falta de sangue para todos os tecidos nutridos por aquela artéria, que podem entrar em isquemia (sofrimento ou necrose e morte). Por esta razão, o primeiro sinal de arteriosclerose pode ser a morte. Com risco tão elevado, é importante diagnosticar precocemente a doença para detê-la e impedir suas manifestações. Estudos epidemiológicos mostratam que a arteriosclerose incide com maior freqüência e intensidade em indivíduos que têm algumas características, que foram denominadas "fatores de risco": Idade - Predominante na faixa de 50 a 70 anos. Sexo - Predominante no sexo masculino, pois as mulheres são protegidas desviando suas gorduras sangüíneas para a produção de hormônio feminino (estrogênio). Após a menopausa, a "proteção" desaparece. Hiperlipidemia - Indivíduos que têm altos níveis de gorduras circulantes no sangue, sendo o colesterol a principal delas, depositam este excesso nas artérias obstruindo-as progressivamente. Tabagismo - Os indivíduos que fumam têm um risco nove vezes maior de desenvolver a arteriosclerose do que a população não fumante. Parar de fumar modifica favoravelmente a evolução dos pacientes sintomáticos. Hipertensão - A hipertensão arterial provoca alteração na superfície interna das artérias, facilitando a penetração das gorduras na parede arterial. Sedentarismo - A atividade física reduz os níveis de colesterol e favorece a circulação. História familiar - Assim como a idade e o sexo, não podemos mudar nossa herança genética, e este é um fator também importante, não devendo ser negligenciado. Há famílias que, por diversos desvios metabólicos, estão mais sujeitas à doença. A arteriosclerose é uma doença sistêmica, acometendo simultaneamente diversas artérias do ser humano. O quadro clínico apresentado pelo paciente vai depender de qual artéria está mais significativamente obstruída: Caso sejam as coronárias (artérias do coração) se produzirá a dor cardíaca durante o esforço - angina de peito - na evolução crônica ou o enfarte na evolução aguda. Caso sejam as carótidas (artérias do pescoço), se produzirão perturbações visuais, paralisias transitórias e desmaios na evolução crônica ou o derrame (acidente vascular encefálico) na evolução aguda. Caso sejam as artérias ilíacas e femorais (artérias de membros inferiores) se produzirão claudicação intermitente (dor nas pernas ao caminhar), queda de pêlos, atrofias da pele, das unhas e musculares e até mesmo impotência coeundi (dificuldade de ereção peniana) nos casos crônicos e gangrena nos casos agudos. Diagnóstico O diagnóstico da arteriosclerose é dado pela história clínica do paciente, pelo exame físico com a palpação dos pulsos arteriais e por exames laboratoriais, eletrocardiograma, ultra-sonografia, exame doppler e arteriografia. O angiologista e/ou cirurgião vascular é o médico indicado para este tipo de avaliação. Tratamento Para cada fase evolutiva da arteriosclerose e para cada órgão acometido pela doença há uma forma diferente de terapia, mas todas passam por um tratamento básico de controle da hiperlipidemia, do tabagismo, da hipertensão, do diabetes e da obesidade. Melhor que tratar é evitar o aparecimento da doença. Isso pode ser alcançado com uma dieta alimentar equilibrada, não fumando e com a prática regular de exercícios físicos Prêmio Nobel de Medicina afirma que arteriosclerose poderá ser prevenida O norte-americano Louis Ignarro, prêmio Nobel de Medicina em 1998, cujas pesquisas ajudaram a criar o viagra, afirmou em Buenos Aires que "os próximos passos da cardiologia serão os medicamentos para prevenir a arteriosclerose". É uma doença que apresenta sintomas tardios e que só serão sentidos quando já causaram lesão em algum órgão. Deve-se efetuar periodicamente a dosagem de colesterol, triglicerídios, glicemia, testes ergométricos e angiografias, exames que é aconselhável fazer acima dos 35 anos ou quando houver necessidade. A prevenção e o tratamento consiste principalmente em evitar o fumo, alimentos gordurosos e o stress, fazer exercícios físicos sempre sob orientação médica. "A pesquisa indica que uma deficiência na produção de óxido nítrico pode ser um dos mecanismos iniciais de quando a arteriosclerose começa a aparecer", afirmou o cientista, segundo a tradução simultânea, ao discursar no XXVIII Congresso Argentino de Cardiologia. Ignarro ganhou o Nobel, junto ao norte-americano Robert Furchgott, por causa de suas descobertas sobre as propriedades benéficas da utilização do óxido nítrico no tratamento de doenças cardiovasculares, hipertensão e colesterol. Ele disse que o caminho da prevenção da arteriosclerose, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, será o desenvolvimento de medicamentos para ajudar o organismo a produzir maior quantidade de óxido nítrico. As descobertas de Ignarro abriram o caminho para a produção do viagra, o remédio revolucionário que combate a impotência masculina, e também geraram uma avalanche de pesquisas sobre os benefícios do tratamento farmacológico das patologias cardiovasculares. O cientista também mencionou as tradicionais dietas para diminuir as situações de risco, como a produção de colesterol, a hipertensão e o tabagismo. Ignarro disse que o principal objetivo de sua pesquisa é "encontrar uma droga que permita a produção de óxido nítrico da melhor maneira". Ele também previu que "com o tempo, o óxido nítrico vai ser utilizado não somente no tratamento da hipertensão, mas também para as doenças coronarianas e a arteriosclerose". Fonte: CNN Lembre-se: A visita para o idoso é muito importante, mas deve-se ter cuidado de não passar ao mesmo notícias desagradáveis, evitando que fiquem deprimidos sem necessidade, pois é certo que já não podem resolver mais nada. |